quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

  • Aos dez dias do mês de maio de 2008, compareceram à esta sala os depoentes Davi de Araujo Telles, professor de dança de gafieira, e Danielle Nogueira Buna, pesquisadora de borboletas.Pelos depoentes, devidamente compromissados com a verdade do Amor, doravante denominados Davi e Dani, respectivamente, foi dito:

Dani: - que gosta mesmo é de borboletas, e que compareceu ali naquele ambiente de samba por um acaso, apenas para ver se encontrava uma espécime rara de borboleta denominada "Alma branca";

Davi: - que gosta mesmo é de samba, e que nunca tinha visto borboletas "por aquelas bandas" até então;
Dani: - que estuda as borboletas em razão das mutações fantásticas que o referido animal proporciona a si mesmo, se libertando de um obscuro casulo para se transformar num ser alado e colorido;
Davi: - que é professor de gafieira (dança de samba) porque é o unico oficio que sabe realizar, mas que nada o deixa mais feliz do que dançar pelo salão;

Dani: - que, de fato, não conseguiu localizar a espécie de borboletas que procurava no referido espaço, mas que, por estar ali, resolveu aproveitar para aprender a dançar samba, solicitando, assim, ao outro depoente uma aula inaugural;
Davi: - que seu trabalho é ensinar samba no pé, razão pela qual não poderia deixar de atender a solicitação da depoente Dani;
Dani: - que na ocasião da celebração informal do contrato de ensino de samba não foi advertida de que poderia se sentir "mais viva";
Davi: - que é natural o afloramento de sensações de vitalidade e felicidade no momento da dança, e que é sabido por todos que o samba causa isso, motivo pelo qual não se achou no dever de advertir a depoente Dani sobre tais reações;
Dani: - que foi surpreendida por essa súbita sensação de "vida" ao dançar com o depoente Davi.
Davi: - que apesar de dançar gafieira habitualmente,jamais havia se apaixonado pela mulher com quem dançava;

Dani: - que não se sentiu lesada pelo outro depoente, pois, a exemplo das borboletas que pesquisa, não tem medo de aprender a dançar, nem de voar, e, tampouco, de amar;
Davi: - que acha que a depoente Dani, na verdade, pesquisa a si mesma, pois ela é a própria borboleta, e que a partir de agora pode dizer que ama a borboleta bailarina.

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